sábado, 31 de outubro de 2009

SANTARENSE - Artigos

O querer que nos vai na alma

O Homem quando quer é capaz de mover montanhas, é capaz, com a sua vontade e a sua força, tornar possivel aquilo que se possa pensar impossivél.

A História está cheia de exemplos que demonstram isso, desde a descoberta de novos mundos pelos nossos antepassados que contra todos os profetas da desgraça, desbravaram os mares e foram acrecentando mundo ao mundo até então conhecido, passando pelas viagens e descobertas espaciais, até aquela que vai ser a próxima revolução à escala mundial, a nanotecnologia.

Serve esta introdução, para dizer que também nós, se quisermos, podemos tornar o que é julgado por muitos de impossivel, em obra visivel . Diz-se que quando o Homem quer, a obra nasce. É essa máxima que envolve os novos orgão sociais da Associação Cultural e Informativa “ Os Amigos de Santar”. Essa máxima permitiu, a um punhado de pesoas, voltar a dar vida a uma Associação que se encontrava orfã e praticamente moribunda, e qual Fénix renascida, eis que ela aparece, renovada e cheia de energia para mover montanhas e dar corpo a essa expressão.

O mais fácil, até agora, foi feito. Novos corpos sociais, principios de organização, novos estatutos e organização de algumas actividades, um jornal de novo editado e uma solução provisória para sua sede. Dirão alguns que pouco ou nada foi feito, direi eu que, muito mais do que se pensava fazer até agora, já está feito. Mas este grupo de pessoas, é ambicioso e coloca a fasquia muito alta, porque não sabe viver e conviver com as coisas de outra forma, somos movidos a energia positiva e como tal, não podemos a almejar a menos que, marcar a posição como Associação de referencia da cultura Santarense. E a melhor forma para começar a edificar essa posição, passa exactamente pela edificação da sua sede. Todos nós precisamos de uma casa para nos abrigar, um local com o qual nos possamos identificar, onde possamos nós e os nossos, crescer e desenvolver. É esse o grande desafio que nos é colocado, erguer a sede social da ACI.

O querer que nos vai na alma, é o titulo deste texto, o querer de quem quer erguer a sua casa, nossa, vossa, de todos os amigos de Santar. No entanto, e por vezes, os caminhos a que nos propomos atravessar, são mais penosos e exigentes do que pensamos. É esta realidade com que se depara a ACI. Queremos muito construir a nossa sede, mas para chegar a esse objectivo, é necessário suporte para mover e ultrapassar algumas montanhas que se advinham neste caminho sinuoso, é necessário mais remos para levar este barco a porto seguro. Apelamos ao orgulho Santarense, à visão das entidades competentes, ao bom senso de todos, ao amor por Santar, pela sua tradição e cultura, para que, além de construirmos a sede da ACI, estejamos também a requalificar o património urbano e a dar vida a uma das mais emblemáticas artérias de Santar.

Não tenho duvida nenhuma que, os Santarenses e as entidades responsáveis não irão deixar de participar nesta caminhada a que nos propomos.

Carlos Alberto Neves

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SANTARENSE - Artigos

Importante

O jornal SANTARENSE nasceu com o único intuito de servir Todo Povo de Santar. Para tal, fomentamos a recolha de informação, a sua composição, equidade e isenção na sua divulgação.

Entidades Oficiais, Associações ou classes privadas que pretendam a divulgação de quaisquer eventos, terão que informar atempadamente a Direcção da ACI para podermos planear e organizar da melhor forma o nosso trabalho.

Colabore connosco, para o podermos servir cada vez melhor.

A Redacção


Contactos:

email: osamigosdesantar@sapo.pt

telef: 232 945208

terça-feira, 27 de outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SANTARENSE - Artigos

Agradecimento

Em 1996, a A.C.I. “Os Amigos de Santar”, adquiriu uma casa. O objectivo seria a ser remodelação para servir de sede à mesma associação.

A dificuldade financeira não permitiu atingir tão alvejado objectivo, sendo que no momento presente a situação mantém-se inalterada.

A Direcção da Associação empossada em Maio último, conhecendo e analisando o problema, tentou a solução.

Com sentido de humildade, estendeu a mão às entidades oficiais, mas a ansiada resposta não satisfez tal desejo. Ergueram-se e levantaram-se sucessivas alternativas, mas a sua realidade e concretização ficaram-se pelas meras intenções.

Valeu-nos o espaço cedido pelo Presidente da Direcção que com toda a sua vontade e determinação acolheu o espólio da Associação, permitindo simultaneamente a realização das reuniões de Direcção.

Ultimamente e dada a premência na resolução do problema voltou-se a estender a mão, agora a uma nossa amiga e conterrânea.

Dirigimo-nos a Dº Ivone que nos recebeu de coração aberto e fraterno e dando força á sua magnanimidade fé acabou por nos ceder um espaço, na Rua das Casquilhas. Para tal, também contribuiu a prestável dedicação do seu filho Zé Miguel que colaborou nesta obra de caridade.

É um espaço confortável, com uma área aceitável que vai servir para organizar as nossas reuniões, planeamentos, novos trabalhos e delinearmos os nossos objectivos.

Obviamente que a Direcção da Associação ficou bastante sensibilizado com este gesto sublime da Dº Ivone, e todas as palavras serão poucas e curtas para agradecer tal feito.

Publicamente queremos manifestar o nosso reconhecido obrigado à Dº Ivone e Zé Miguel por tão generoso e singelo acto.

Muito Obrigado!

A Direcção

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Canas de Santa Maria 0 - Santar 1


Canas Santa Maria:

Márcio, Ricardo, Claúdio, Daniel, L. Moreira, Julião(C), B. Pereira, Sá, Mota, Dani, Pedrito
Substituições: L. Moreira por A. Santos(27'), B. Pereira por Rodrigo(49'), Mota por João Coelho(69')
Suplentes não utilizados: Nuno, Tóbé, Luís Santos, João Correia
Treinador: Paulo Mota

Santar:
Flávio, Ângelo, Carlos(C), Luís Miguel, Carvalho, Márcio, Cesário, Moela, Pinto, Rafa, Tiago
Substituições: Márcio por Carlos Miguel(67'), Moela por Jet(80'), Cesário por Fernando(82')
Suplentes não utilizados: Kinha, Mauro, Calado, Xano
Treinador: João Pereira

Estádio: Dª Máxima Almiro
Estado do Tempo: Sol
Árbitro: Luís Gomes
Assistentes: José Soares e Marco
De: Santa Comba Dão

Acção Disciplinar: Amarelo: L. Moreira(9'), A. Santos(88') / Márcio(63'), Cesário(77'), Moela(80'), Jet(81')

Marcadores:
0-1 por Rafa(34')

O super renovado e super jovem Santar entrou da melhor maneira no campeonato da 1ª Sul. A equipa Santarense conseguiu uma excelente vitória no tradicionalmente complicado campo do Canas de Santa Maria.

Entrou melhor a equipa da casa, mais pressionante, com mais posse de bola, mas sem causar problemas ao guarda-redes Flávio. O Santar rapidamente se tornou mais perigoso e dispôs de uma oportunidade flagrante de golo. Pinto aproveitou um desentendimento entre o guarda-redes e o defesa, mas no meio da confusão só conseguiu acertar no poste. Reagiu a equipa da casa, com Mota a aparecer em excelente posição, mas a fazer um passe para Flávio. O Santar esteve novamente perto de marcar, mas os remates de Rafa e Cesário não levaram a melhor direcção. Por volta dos 28' aconteceu um lance caricato, com Julião, capitão do Canas a escorregar (talvez por jogar de sapatilhas) e a isolar o avançado Pinto, mas o árbitro marcou falta. Pouco depois nova oportunidade para o Santar com uma grande desmarcação de Tiago. Quando todos se preparavam para festejar um ligeiro desvio retirou a bola da direcção da baliza. Na sequência deste canto Cesário com uma grande finta ganhou espaço dentro da área, assistindo Rafa, que à segunda tentativa inaugurou o marcador. A equipa da casa tentou reagir, mas sem criar perigo. O Santar controlava totalmente o jogo.

A segunda parte começou com o Santar a jogar como tinha terminado a primeira parte. A equipa forasteira esteve mesmo perto de aumentar para 0-2, mas o remate de Pinto saiu ligeiramente por cima. A equipa do Canas a partir dos 70' começou a ficar mais perigosa e a criar situações de perigo., dispondo mesmo de duas grandes oportunidades para marcar. Primeiro foi João Coelho a chutar por cima quando só tinha Flávio pela frente, depois foi Dani a proporcionar a Flávio a defesa da tarde.
Vitória justa do Santar embora com muito sofrimento na parte final.

Info e fotos via: http://www.scsantar.blogspot.com/

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Terras de Santar


in, Memórias de Viseu (José Coelho, 1941)

Terras de Santar

A Terra de Senhorim com a Dinastia de Aviz

Com a ascensão ao trono de D. João I, mestre de Avis, aumenta a documentação referente ao território de Senhorim, com especial destaque para o funcionalismo régio ou municipal ligado à povoação de Canas. O cabido da Sé de Viseu abriria um processo judicial contra Diogo Soares de Albergaria, por este se haver apossado, de forma violenta, da aldeia de Carvalhal Redondo que ficava no termo do concelho e era património da referida Sé. Tendo o monarca aceite as razões da diocese, ordenou aos juízes de Canas de Senhorim e "e outras justiças do Reino" para fazerem cumprir a sentença. Filho de Fernão Gonçalves de Leiria, fiel servidor de D. João I e a quem o monarca dera a coutada do monte e rio a par das terras de Santar, o acusante decerto obteve o perdão da coroa. Para o efeito apresentou cartas régias que o davam como senhor das terras de Santar e de Barreiro, além de outras na comarca da Beira, sem esquecer que herdou também a coutada de monte e rio que seu pai detivera.
O filho e homónimo viu esta mercê confirmada por D. Duarte, não havendo dúvida de que gozou de valimento na corte, como Cavaleiro da Casa Real. Ainda no tempo de D. João I, na defesa dos seus direitos senhoriais, obteve que "non constrangesen nem mandasem constranger os moradores da terra de Asentar e de Barreiro". Como prova o Professor Vaquero Moreno, Diogo Soares de Albergaria participou em 1437 na frustrada expedição a Tânger. A circunstância de haver tomado o partido da rainha D. Leonor de Aragão contra o infante D. Pedro, nas cortes de Lisboa de 1439, não o impediu de manter a alcaidaria do castelo da Guarda. Seguiu depois a causa de D. Afonso V quando da batalha de Alfarrobeira, pelo que foi confirmado na coutada do monte e rio a par das terras de Santar. Tudo explica que o monarca lhe houvesse também doado o lugar de Canas de Senhorim com todas as rendas, direitos e jurisdição.
Um dado referido por Braancamp Freire, com a autoridade que punha nas suas investigações, surpreende o estudioso da matéria.O cavaleiro Egas Coelho que servira a causa de D. João na guerra de 1383-1385 contra Castela, veio depois a participar "traições e maldades", invadindo com nobres do reino vizinho alguns pontos da fronteira. Por tal motivo, viu os seus bens confiscados em favor de Diogo Lopes de Sousa, filho maior de Frei Lopo dias, mestre da Ordem de Cristo. Entre os bens que passaram de mãos, contava-se o "lugar de Nelas", que havia pertencido a João Afonso Telo, 6º Conde de Barcelos. A menos que se trate da terra de igual nome em Trás-os-Montes, o que o documento não comprova, impõe-se concluir que o senhorio de Nelas recaiu em vários fidalgos antes de ser concedido por D. Afonso V, no ano de 1449, a Diogo Soares de Albergaria, filho e neto de antigos senhores da terra de Senhorim.Já com D. João II no trono, o lugar de "Asnellas", manteve-se integrado com as terras de Noa e Barreiro, a D, Luis da Cunha, fidalgo da Casa Real. Os textos da chancelaria régia nomeiam Gonçalo de Cáceres como coudel dos concelhos de Azurara e de Senhorim, passando o cargo, no ano seguinte, para Diogo Gonçalves. Antes disso, o monarca concedera a Rodrigo Afonso o ofício de escrivão das sisas de Canas de Senhorim. E não deixa de ser interessante referir que Diogo Fernandes, morador em Casal Sancho do concelho de Senhorim, por se haver negado a ajudar o juiz Pedro Álvares a prender João Gonçalves, por quem fora ofendido, viu-se condenado a degredo em Marrocos, pena que D. João II depois comutou no pagamento de 600 reais para a Arcada Piedade.A chancelaria de D. Manuel ainda é mais abundante em fontes sobre o território de Senhorim com a nomeação de muitos ofícios públicos. Brás Rodrigues ali morador, foi nomeado tabelião da terra em substituição de Rodrigo Afonso; Lourenço Pires, morador em Canas, recebeu carta de inquiridor das inquirições judiciais de lugar e do concelho; como escrivão das sisas, surge, em 1504, Afonso Gonçalves para todo o concelho de Canas de Senhorim; os juizes, concelho e homens bons de Canas de Senhorim foram notificados pela coroa, no mesmo ano, da eleição de Fernão Talesso, escudeiro de Nuno Martins da Silveira, para o ofício de tabelião do público e judicial; assim com igual notificação sobre a mercê concedida a Domingos Pereira, morador em Nelas, do concelho de Canas de Senhorim, do ofício de tabelião do público e judicial e de escrivão dos órfãos.

in, Do lugar de Nelas à Formação do Concelho (Prof. Dr. Joaquim Verissimo Serrão)